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Postagens

A transição entre um livro e outro

  Nessa semana estava testando um equipamento no trabalho quando recebo uma notificação da Juliana, no Skype (sim, o véio ainda utiliza o Skype – saudades do MSN): - Tu comprou mais um livro?! Nos lábios uma risadinha maldosa e inocente: - Eeeeeeeeeeu? Era mais uma obra do Júlio Verne. Eu estava lendo “A volta ao mundo em oitenta dias” e me apaixonei pela leitura, aí resolvi comprar mais livros do autor, para ir saboreando em doses homeopáticas. - Tu já tem vários livros, mais do que tu lê. Como é que eu vou explicar que cada livro tem o seu tempo certo para leitura? Pelo menos é assim que funciona para mim. É quase como a música: tem horas que tu quer ouvir um bom e velho rock, e noutras, jazz. Raramente eu emendo a leitura de um livro no outro, gosto de dar alguns dias para ruminar aquilo que li, relembrar momentos do livro, às vezes até refletir sobre o que foi dito. Além disso, quando estou lendo um livro, estou envolvido na leitura e não fico pensando no próximo, mes

Conversações com Humberto Gessinger

  Cara, nem lembro como cheguei lá, mas quando dei por mim, estava parado na sala do apartamento do Humberto Gessinger, tomando chimarrão e batendo papo como se fosse meu camarada há anos. O apartamento era simples, mas confortável, e meus olhos vidrados captavam cada detalhe com muita atenção. Na época da adolescência, no auge da minha adoração pelos Engenheiros do Hawaii, eu tinha mil perguntas e montava diálogos na cabeça, tentando imaginar as respostas. E agora, anos depois daquela fase, eu não tinha mais perguntas, e ele não tinha mais respostas. Trocamos ideias sobre coisas do dia a dia, e eu compartilhei um pouco da minha trajetória como fã. Meu primeiro show da banda foi lá nos anos 90, em Cruz Alta/RS. Do show em si, lembro muito pouco, quase nada na verdade. O que realmente marcou foi o retorno para casa. Após o show, tentamos em vão chegar ao camarim. Resignados, mas satisfeitos, fomos caminhando até a rodoviária da cidade, onde pegaríamos o primeiro ônibus para Ijuí pel

A minha casa da esquina

Dias atrás concluí a leitura do livro “A casa da esquina”, do Duca Leindecker – um livro gostoso de ler, que revela as nuances de sua infância. Mas antes de iniciar a leitura, teve todo um ritual: o primeiro passo ao pegar um livro é cheirar as páginas e sentir o toque das folhas. Depois olhar a capa e buscar algum sentido naquela imagem. Por fim, ler o resumo na contracapa e as anotações nas orelhas da capa e contracapa. Iniciei a leitura sem saber ao certo o que me aguardava. Descobri os livros do Duca Leindecker ouvindo um podcast e comprei as três obras “no escuro”. À medida em que as palavras do autor fluíam, inevitavelmente eu fazia um paralelo com as minhas próprias experiências. Devorei as folhas como alguém devora um prato de comida após horas de jejum, cada página virada era uma viagem para outros tempos e lugares, como se fosse uma realidade alternativa, que só os livros podem proporcionar. Por vezes, as narrativas do Duca se misturavam às minhas histórias e, naqueles momen

Domingo chuvoso + falta de Internet = trabalho

Como todo domingo, acordei cedo e, antes de qualquer coisa, fui cevar o amargo da tradição. Liguei o computador e a ideia era estudar um pouco. Até porque o dia não estava bom para passear, pois havia chovido a noite toda (com direito a vento forte). Talvez por conta disso não tinha Internet. Não tem problema, posso utilizar a conexão do celular, mas que isso era um mau sinal, ah isso era. Tentei ficar quietinho no meu canto e  coloquei no volume mínimo a narrativa do instrutor do curso. Não vamos dar chance ao azar e chamar atenção. Tudo estava indo relativamente bem, quando ouvi lá da sala o som da derrota: - Moriiiiiiiiinho... Senti um frio na espinha e pelo tom da voz eu já sabia o que me esperava. Apesar de não saber exatamente o que teria que fazer, eu sabia que teria que fazer algo. A voz da Juliana chegou mais perto e eu fui me encolhendo na cadeira. - Eu estava pensando, queria tanto mudar o quarto, trocar a cama de lugar. Sabia que a falta de Internet era o

Atalhos...

Domingo passado estava tomando meu amargo da tradição e sem planos para sair. Mas como estava ameaçando tempo bom, cutuquei a Frau:  - Vamos sair... - Vamos sim, mas onde? Enton começamos a pesquisar e o local escolhido foi o Parque da Ferradura, em Canela. Abrindo parênteses, a maioria dos nossos passeios são assim, decididos de última hora. Enfim, colocamos o endereço no GPS e pé na estrada. Como a ERS 115 estava bloqueada, fomos via São Francisco de Paula. Quando chegamos na entrada de Canela, o GPS indicou um “atalho” para chegar no parque. Parei o carro e a intuição dizia que não era aquele o caminho. Segui adiante na rodovia e o GPS começou a recalcular a rota, insistindo no tal atalho. Fiz o retorno e se a “mulher” dentro do celular diz que é para ir por ali, vamos né. E fui. E era estrada de chão. E a medida que a gente ia andando a estrada ia piorando. Em um ponto “ela” mandou virar à esquerda na tal estrada.  Olhei pra Juliana e perguntei: “tem certeza

Fazer duas viagens é para os fracos

2 viagens é para os fracos EXIBIR APRESENTAÇÃO DE SLIDES BAIXAR TUDO     Fonte: O Buteco da Net

Generosidade

Acordei no sábado passado com uma certa preguiça. Sabe aqueles dias em que tu levanta da cama e não quer fazer nada, nadinha mesmo? Enton, sábado foi assim. Vim para meu “escritório”, liguei o computador, coloquei uns seriados para baixar, li umas notícias, olhei para o Barukinho, que deitado no arranhador me observava, com certa nostalgia no olhar: “E agora José”? “Não sei, diz tu” teria dito ele, se soubesse falar ou se tivesse interessado naquilo que eu iria fazer a seguir. Peguei o pendrive do carro e comecei a dar uma renovada nas músicas. E enquanto classificava o que deveria continuar e o que deveria ser apagado, escolhi uma playlist randon no YouTube, com umas velharias dos anos 80. Só coisa boa: A-ha, Usa For África, Cindy Lauper, Lionel Ritchie, Erasure, The Eagles, Scorpions entre outros. Walk Like an Egyptian – Bangles , essa música tem história. Na verdade não é nada demais. Cresci ouvindo esta música, gostando dela sem jamais saber o nome ou quem cantava. Por isso nu

O tempo passou e me formei em solidão

     Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.       Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.       – Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.       E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.       – Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!        A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... c

Depilação - versão masculina

Estava eu assistindo TV numa tarde de domingo, naquele horário em que não se pode inventar nada o que fazer, pois no outro dia é segunda-feira, quando minha esposa deitou ao meu lado e ficou brincando com minhas "partes". Após alguns minutos ela veio com a seguinte ideia: por que não depilamos seus ovinhos, assim eu poderia fazer "outras coisas" com eles. Aquela frase foi igual um sino na minha cabeça. Por alguns segundos fiquei imaginando o que seriam "outras coisas". Respondi que não, que doeria coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas técnicas de depilação e eu não tive mais como negar. Concordei. Ela me pediu que ficasse pelado enquanto buscaria os equipamentos necessários para tal feito. Fiquei olhando para TV, porém minha mente estava vagando pelas novas sensações e só acordei quando escutei o beep do microondas. Ela voltou ao quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns pedaços de plástico. Achei meio estranho aqueles equip

O futebol e suas barbaridades

Bah, ando meio desiludido com o futebol. Há tempos tenho esse sentimento e isso já aconteceu em relação a Fórmula 1. Antigamente levantava cedo só para ver o Ayrton Senna correr. Era o meu ídolo. Não só pela superação e pelas vitórias, mas pelo seu caráter e lisura em todas as corridas. Abria mão de artifícios duvidosos, como o Dick Vigarista (vulgo Schumacher) e ganhava as corridas pelos seus próprios méritos. Mas enfim, são outras circunstâncias. Voltando ao futebol, é tanta barbaridade acontecendo que nem sei por onde começar. Até acho que sei, começa com as torcidas, principalmente com as que se dizem “organizadas” (organizadas para promoverem a desordem, diga-se de passagem).  O meu Grêmio foi duramente punido por conta de meia dúzia de pessoas que fizeram aquilo que ocorre em quase todos os estádios: xingamentos diversos, com cunho racistas, homofóbicos e por aí vai. A guria que está sendo o centro as atenções e bode expiatório deu o azar de ter sido filmada. Lógico que ela está

Recordar é viver

Estava eu confortavelmente sentado na minha cadeira do papai (ô beleza!) assistindo mais um episódio de O Aprendiz Celebridades quando a Juliana pediu uma pausa para ir dar “mamadeira” para os gatinhos. Aí abri o YouTube e, para passar o tempo, pesquisei vídeos do Kid Vinil , um dos participantes. Cara, foi uma viagem no tempo, do Kid Vinil (vídeo) pulei para Biafra , depois Ritchie , Zero , Metrô … Eu cresci ouvindo essas músicas e lendo sobre os artistas na revista Bizz . Show de bola.

Comercial do Super Bowl 2014

Este comercial foi exibido em um jogo do Super Bowl 2014, nos Estados Unidos e achei simplesmente tocante. A cena do labrador olhando pelo vidro do carro me deixou com os olhos cheios de lágrimas. Vale conferir.

E o viajar já é mais que a viagem

Responda rápido: quando tu faz uma viagem, seja de carro, ônibus ou carona e sem muito planejamento, quais são as lembranças mais marcantes? Aquelas que arrancam um sorriso ao relembrar e faz brotar o sentimento que a viagem valeu a pena (ou não). É o destino final ou os percalços da viagem? Ao narrar a “epopeia” aos eventuais ouvintes, o que ganha mais destaque? E este exercício não se aplica somente às viagens, pode muito bem ser em relação a leitura de um livro, um filme, seriado, um show e por aí vai. Tempos atrás, em uma roda de amigos, estávamos conversando sobre o “ seriado da redoma ” e uma criatura comentou que havia baixado o livro e outra já manifestou o interesse em pular para o final do livro para saber como iria terminar ou simplesmente esclarecer alguns mistérios. Putz, qual é a graça nisso? Quando eu me proponho a ler um livro, saboreio cada página, imaginando o cenário, a fisionomia das pessoas e tudo mais que envolve a fantasia da leitura. E isto é tão ou mais import

Se a vingança apagasse a dor que eu senti

Dos Margaritas–Os Paralamas do Sucesso Sabe aqueles dias em que o tempo voa e tu nem percebe? E tu sai do trabalho e a correria continua: tomar um banho tcheco tcheco, uns goles de café, duas ou três mordidas no pão e ir correndo para a faculdade?! Dei um beijo na Frida e saí, com certa pressa, para não me atrasar para aula. Entrei no carro e falei para meu amigo imaginário : "cara, tô precisando ouvir uma música e dar uma relaxada". Enton coloquei um cd dos Paralamas do Sucesso - Severino. Perfeito. Fui cantarolando todas as músicas até chegar na Feevale e isso acalmou a alma e deu uma carga na bateria (60%, mas em pé!). Esse disco tem história. Foi o primeiro cd que comprei, nos idos anos 90. “Grande coisa”, alguém deve estar pensando. Mas só quem viveu aquela época sabe do que estou falando. Tá bom, vou desenhar: naquela época tocadores de cd ainda eram novidade, mal tinham chegado no Brasil e o aparelho não custava barato. Mas o tal cd estava em promoção nas lojas Amer

A música já não toca mais como antes

Semanas atrás comprei, pela Internet, o novo cd do Humberto Gessinger – Insular . Era a pré-venda do disco, o qual viria acompanhado de um pôster e autógrafo personalizado (só que não). O tempo passou e, diferente daquele tempo, não fiquei ansioso e meio que esqueci que havia comprado. E hoje, quando cheguei para o almoço, a Frida comentou que havia uma carta registrada. Como ela já foi adiantando que não era multa, enton imaginei que fosse o tal cd. Almocei, escovei os dentes, brinquei um pouco com os gatinhos  e, só lembrei da tal carta porque fui conferir o status de um download. Não havia criado expectativas, mas meio que me decepcionei quando abri, pois o tal pôster era na verdade um cartazinho e o tal autógrafo personalizado ficou no vácuo. Mas enfim, no final das contas dei um leve suspiro e… fazer o que né? Fosse no tempo em que eu era tri fã dos Engenheiros do Hawaii o sentimento seria outro. Naquele tempo eu contava os dias para a chegada de um disco novo, a ponto de ir p

Nas manhãs de domingo

Era um domingo como outro qualquer. Limpei as caixinhas de areia dos gatos, cevei o amargo da tradição, liguei a TV para assistir Pequenas Empresas & Grandes Negócios e o Globo Rural ( já falei disso, lembra? ) e, enquanto aguardava alguns downloads, fiquei espiando algumas postagem da minha linha do tempo no Facebook. Já há alguns dias que eu só espiava se tinha algum recado e nada más . Mas hoje dei uma olhada com mais calma no que os outros viventes estavam postando. E uma postagem me chamou a atenção: a criatura escreveu que estava digitando com as mão molhadas, pois estava lavando a louça. Santa ingenuidade. Ou seria santo vício? Lembrei agora de outro amigo viciado, o cara chegou ao ponto de ter duas linhas telefônicas, caso uma falhasse. Nada contra (nem a favor, muito pelo contrário), mas o que esse tal de Facebook tem de tão bom que algumas pessoas não conseguem ficar longe? Ah, mas geralmente tu está on line. Sim, baixei o aplicativo de bate-papo, caso a frida queira fala

E agora, José?

Em uma fria manhã do final do mês de julho, estava eu comendo o sucrilhos nosso de cada dia e lendo uma matéria da Zero Hora sobre o Gre-Nal que irá ocorrer no final de semana. Abri outra página para conferir se havia seriado novo para baixar quando a temida tela azul da morte (do Windows) deu seu ar da graça. Tudo bem, como todo bom libriano, mantive a calma e pensei em voz alta: “é só reiniciar o computador, no máximo entrar em modo seguro para restaurar e a vida continua”. A Titinha , que estava enroladinha no sofá levantou as orelhas e fez um “méeeeeeuu”, como quem concordava comigo. Pressionei o botão para reiniciar e aí veio o primeiro susto:  tela preta com uma única frase no topo da tela: Operating System not found . Fudeu! Macacos me mordam, e agora José? Respirei fundo, olhei para a Titinha, que seguia dormindo e roncando (não necessariamente nesta mesma ordem) e tentei novamente. E novamente Operating System not found. Fui trabalhar pensando nas possíveis soluções e já me

O pré-conceito nosso de cada dia

“… eu vejo a vida melhor no futuro, eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisias que insiste em nos rodear…” Ouvindo a rádio Itapema-FM, por livre e “momentânea” vontade um refrão me chamou a atenção: “… porque não há tempo que volte amor, como diz a linda canção…”. E, devido a algazarra ao redor, só conseguia identificar este refrão, repetido umas 30 vezes. Em um primeiro momento pensei “putz, o Jota Quest fodeu com a música, se estive morto, o Lulu Santos estaria se mexendo no túmulo”. E o pensamento continuou: “só pode ser música-tema de Malhação e a banda enfiou a frase do Lulu Santos na música para tocar massivamente nas rádios e se promover”. Ou seja, criei toda uma história em volta da música, baseado no que tinha escutado em meio ao “caos”. Mais tarde, ao ouvir com os ouvidos limpos, descobri que quem canta a tal música é o Nando Reis (abrindo um parênteses, a voz de taquara rachada até que é bem parecida com a do Rogério Flausino). Então, assistindo o vídeo percebi que não

Dia do amigo

Ontem estava concentrado na minha vida de suporte quando, de repente, não mais que de repente, começa a tocar na rádio James Taylor – You’ve Got A Friend. E por alguns momentos fiquei pensando e lembrando de alguns amigos. E a lembrança se estendeu a momentos e fases deste meu andar. Conheci a música através de uma amiga distante, do tempo das cartas e dos selos (os fortes entenderão). E naquele tempo havia um hábito de trocar fitas cassete (não cara, não exista download nem cd/dvd), onde o vivente gravava músicas de seu pequeno universo e enviava, pelo correio, a um amigo. Na época, eu ouvia, basicamente, rock nacional, sabia da existência do James Taylor, mas nunca tinha escutado alguma música dele. Lembro que adorei as músicas enviadas, mas esta em especial. E todas estas lembranças me levaram a refletir um pouco sobre o tal Dia do Amigo e o significado desta palavra tão usada (e por que não dizer banalizada?) em nosso dia-a-dia. Afinal de contas, o que é um amigo? Em qual mom