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Atalhos...


Domingo passado estava tomando meu amargo da tradição e sem planos para sair. Mas como estava ameaçando tempo bom, cutuquei a Frau: 

- Vamos sair...
- Vamos sim, mas onde?

Enton começamos a pesquisar e o local escolhido foi o Parque da Ferradura, em Canela. Abrindo parênteses, a maioria dos nossos passeios são assim, decididos de última hora.

Enfim, colocamos o endereço no GPS e pé na estrada. Como a ERS 115 estava bloqueada, fomos via São Francisco de Paula. Quando chegamos na entrada de Canela, o GPS indicou um “atalho” para chegar no parque. Parei o carro e a intuição dizia que não era aquele o caminho. Segui adiante na rodovia e o GPS começou a recalcular a rota, insistindo no tal atalho. Fiz o retorno e se a “mulher” dentro do celular diz que é para ir por ali, vamos né. E fui. E era estrada de chão. E a medida que a gente ia andando a estrada ia piorando. Em um ponto “ela” mandou virar à esquerda na tal estrada. 

Olhei pra Juliana e perguntei: “tem certeza? ”. A tal estrada, que já estava ruim ficou pior. Era uma descida meio íngreme, cheio de pedras soltas. Pedras grandes, por sinal e algumas valetas. Então né... se é esse o caminho vamos. Com um pouco de medo encarei a descida e a estrada só piorava. Alguns metros adiante uma poça de água enoooorme, maior que o pescoço de uma girafa. Ah não, ali o carro não passa. Desci e fui avaliar, andei um pouco a pé e a “mulher” do GPS dizia que ainda faltavam 7 km pela tal estrada. Mas nem f******. 

Estávamos no meio do nada, sem uma viva alma por perto, sem sinal de celular e cercados por pinheiros, mato e pedras. Vamos voltar! E aí bateu o desespero. Como subir aquela lomba de pedras soltas? E as valetas? Fechei o olho e fui com fé. E deu certo. E eu só não me borrei todo porque ainda não estava na hora. Foi tenso.

Voltamos para a rodovia e seguimos rumo ao centro de Canela, pelo caminho tradicional. 

O parque é bem legal, com várias trilhas “suaves”. Uma delas, segundo a placa, tem a duração de 58 minutos. Vamos? Fomos e desistimos no meio do caminho. Era íngreme e os véios já estavam cansados, pensando em como seria a volta. 

Valeu o passeio e ficou a lição de que nem todo atalho vale a pena. E isso vale para tudo, nem sempre o caminho mais curto é o mais indicado.

“O diabo desta vida é que, entre cem caminhos, temos que escolher apenas um e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove. ” (André Gide) 

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