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O pré-conceito nosso de cada dia

“… eu vejo a vida melhor no futuro, eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisias que insiste em nos rodear…”

Ouvindo a rádio Itapema-FM, por livre e “momentânea” vontade um refrão me chamou a atenção: “… porque não há tempo que volte amor, como diz a linda canção…”. E, devido a algazarra ao redor, só conseguia identificar este refrão, repetido umas 30 vezes. Em um primeiro momento pensei “putz, o Jota Quest fodeu com a música, se estive morto, o Lulu Santos estaria se mexendo no túmulo”. E o pensamento continuou: “só pode ser música-tema de Malhação e a banda enfiou a frase do Lulu Santos na música para tocar massivamente nas rádios e se promover”. Ou seja, criei toda uma história em volta da música, baseado no que tinha escutado em meio ao “caos”. Mais tarde, ao ouvir com os ouvidos limpos, descobri que quem canta a tal música é o Nando Reis (abrindo um parênteses, a voz de taquara rachada até que é bem parecida com a do Rogério Flausino). Então, assistindo o vídeo percebi que não é bem assim, a letra até que é legal, apesar de ainda achar que ele exagerou um pouco em repetir o refrão.

“… atire a primeira pedra quem nunca atirou… deve ser o que chamam telhado de vidro…”

Enton fiquei pensando no tempo em que eu era fã (de carteirinha) dos Engenheiros do Hawaii e amava as letras do Humberto Gessinger. Quer mais chupação literária de filósofos como Camus, Sartre, entre outros? Ah, mas Engenheiros pode…

E o que dizer dos pré-conceitos que fazemos das pessoas? Quem nunca observou alguém e pensou: “bah, não gostei dessa criatura, parece ser chata” e aí, em um dia chuvoso e sem outra pessoa com quem conversar, tu vai e se aproxima da pessoa (já que não tem tu, vai tu mesmo) e descobre que ela é uma pessoa bacana e tem coisas em comum contigo. É a velha história de julgar um livro pela capa. Pode parecer um chavão, mas é bem isso, volta e meia julgamos pessoas pela sua aparência, uma música pelo seu refrão ou pelo canal em que ela toca e faz sucesso. Putz, e quem sou eu para julgar a novela Malhação quando tenho mp3 do Menudo em meu computador? Bah, me entreguei. Mas são apenas duas músicas tá, e dentro de um contexto e aí têm um significado todo especial.

Mas esta é a vida e nossa realidade. Volta e meia julgamos coisas e pessoas pelo que nos representam, mas em verdade vos digo que não podemos identificar a personalidade de alguém a partir de uma expressão, seus trejeitos ou roupas que usa. Cada um tem seu próprio mundinho e sentimentos. Como já dizia o Caetano Veloso: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.

“Os homens em geral julgam mais com a vista do que com o tato, eis que ver é dado a todos, sentir, a poucos.” MAQUIAVEL

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