Outro dia estava ouvindo a rádio Gaúcha e adorei um comentário de um jornalista. Estava em discussão o trânsito em Porto Alegre a suposta “indústria da multa”. Aí o jornalista disse que os “azuizinhos” deveriam sim continuar multando, ou melhor, deveriam multar mais. E quem reclama do excesso de multas deveria primeiro ser mais educado no trânsito e seguir as leis e, com isso, não seria multado. E completou dizendo que ele anda no trânsito e vê as barbaridades cometidas pelos motoristas.
Bingo! O problema não está na suposta “indústria da multa” como alegam alguns. Lógico que equívocos acontecem e há caso de multas indevidas, mas em 99% dos casos é sim culpa do condutor.
Passei seis anos fora do Rio Grande do Sul e quando voltei tive uma triste constatação: o gaúcho é um povo mal educado. Em contra partida, os catarinenses são um exemplo de educação, pelo menos em Joinville, onde residi. E antes que alguém comece a me xingar, deixa eu explicar como cheguei a essa conclusão.
Cena 1: Tu estás parado na sinaleira, a pista é dupla e larga. O espaço da direita, junto ao meio fio é para estacionamento. Mas aí vem um imbecil e para do teu lado. Num primeiro momento tu podes pensar que ele parou ali, formando uma fila tripla, porque vai dobrar à direita. Errado. Quando abrir o sinal o cara vai seguir e cortar tua frente. O mesmo ocorre quando uma das pistas é exclusiva para dobrar à direita. Um exemplo clássico em Novo Hamburgo é a esquina entre a Bento Gonçalves e a Marcílio Dias. A pista da direita é para quem vai virar à direita, mas tem muito imbecil que pára ali e segue reto, cortando a frente e furando a fila daqueles que pararam no lugar correto.
Cena 2: Passar o sinal vermelho. Essa não precisa nem comentários e é comum em Novo Hamburgo. Já em Joinville, 99% dos motoristas param no sinal amarelo. Esses 1% que não param provavelmente são pessoas de outros lugares que estão de passagem... hehe.
Cena 3: Veículos lentos andando na pista da esquerda. Total falta de bom senso e educação. Mas fica pior: sabe aquele motoqueiro que anda devagar? Então, tu passas por ele e pára na sinaleira. Em vez de o energúmeno parar atrás de ti ou na fila de veículos (até porque ele está andando mais devagar) ele vai cortando todo mundo e pára na tua frente. Aí tu vai ter que passar por ele de novo, pois vai continuar andando devagar. Putz, qual é a dificuldade para essas pessoas em respeitar uma fila?
Cena 4: Tu vais dobrar à direita, liga o pisca uns 50 metros antes, vai mais para o lado e reduz. Aí vem um imbecil e passa voando por ti e corta tua frente para dobrar primeiro. Oh, como ele foi “esperto”.
Cena 5: Tu está dirigindo tranquilamente em uma via preferencial e de grande fluxo de veículos quando surge um %$#&% vindo de uma ruazinha e te acerta em cheio. E ainda tem a cara de pau de dizer: “quem está no trânsito é para bater”. Isso infelizmente ocorreu comigo.
Estas barbaridades que citei não acontecem em Joinville, salvo raras exceções. E não é para menos que todo dia tem acidente de trânsito aqui. Isso que eu nem falei do excesso de velocidade no perímetro urbano (acima dos 80 km), as placas de PARE que não são respeitadas nem o pisca informando com antecedência que a mula vai dobrar.
Não precisa pensar muito para concluir que as atitudes no trânsito refletem o que a pessoa é no dia-a-dia, mostram sua personalidade e sua falta de educação. Essa pessoa que te corta e fura a fila no trânsito certamente irá furar a fila em um banco ou qualquer outra fila e SEMPRE vai querer levar vantagem em tudo. É por essas e outras que o cenário político é o que é. A culpa não é dos políticos. A culpa é do povo. Os políticos apenas refletem nossa imagem. Lógico que existem pessoas honestas e que respeitam as leis. Mas estas, infelizmente, são a minoria.
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