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Trilha Castelo dos Bugres, eu fui :)

Estou aqui, sentadão no sofá, tomando meu amargo da tradição, pernas dormentes e doloridas e a mente em paz.
 
Ontem pela manhã fiz a trilha do Castelo dos Bugres, na serra Dona Francisca (Joinville/SC). Cara, não tem palavras para descrever as sensações e sentimentos que tive. De certa forma foi meio que uma realização pessoal.
 
"- Ah grande coisa fazer uma trilha, o que tem demais nisso? Mudam as folhas, mas as árvores são sempre as mesmas."
A diferença é que fiz a trilha sozinho, eu comigo mesmo. Não tinha uma viva alma lá comigo. Minto. Tinha sim, avistei alguns macaquinhos nas árvores e tinha som de outros animais. Quando iniciei a trilha o sentimento era de medo, pois tiveram pessoas que se perderam na mata ou então se machucaram e tiveram que ser resgatadas. Enquanto caminhava pensava nisso e, bem, eu estava preparado, afinal estava com meu celular e o medo foi embora. Ele só voltou quando pensei em bater uma foto para enviar via SMS e percebi que ali não havia sinal. Fodeu. E agora? Vou? Não vou? Vou? Não vou?

Fui. Para mim naquele momento era mais que uma simples trilha, significava um desafio a ser enfrentado, encarar de peito aberto o desconhecido e seguir em frente. Me superar, entende? E assim fui entrando na mata, caminhando de vagar, observando tudo, sentindo a natureza. Me senti o Alexander Supertramp (risos). Enquanto caminhava tocava as folhas, respirava fundo, sentindo o ar úmido e gelado inflando meus pulmões e tentando distinguir os diferentes sons da natureza. E sempre de olho na trilha, pois tinham várias teias de aranha pelo caminho. Adoro aranhas, mas tenho medo delas. Medo não, respeito. Aquela não era uma boa hora para ser picado por uma. Não, definitivamente não.
 
A trilha em si não é difícil, foram quase duas horas de caminhada pela mata, mas a trilha era uma só, apenas dois pontos tiveram bifurcações, mas em nenhum momento me senti perdido. Por estar tudo molhado e embarrado, foi cansativo. Confesso que antes de chegar à pedra já estava com a língua de fora e na volta já nem sentia mais a língua... Hehe. E foi assim que o sentimento de medo passou para excitação e satisfação.
 
A vista do alto das pedras é magnífica, linda! Quer dizer, não consegui subir literalmente no alto das pedras, pois era necessário escalar. Em uma das pedras havia uma corda e até daria para arriscar uma subida. Mas eu estava sozinho e uma queda poderia trazer sérias consequências. Contornei a pedra e fiquei ali, deitado por um tempo, contemplando a vista. Bati várias fotos, ainda nem olhei para ver como ficaram, mas com certeza elas não irão reproduzir a verdadeira beleza daquela paisagem. E acho que por estar sozinho, minha percepção das coisas ficou mais aguçada, senti coisas que provavelmente não sentiria se houvessem outras pessoas. Aquele momento era meu, só meu e aproveitei o máximo que pude. Não só pelas sensações que a natureza proporcionou, mas também pelos momentos de solidão, reflexão, uma conversa comigo mesmo.
 
Como disse antes, não tenho como colocar em palavras tudo que senti fazendo a trilha. E nem quero. Aquele momento foi meu, só meu. O que posso dizer é que foi gratificante, show de bola! E com certeza irei repetir a experiência. Só que dessa vez vou levar água e uma barrinha de cereal junto...




Comentários

  1. Massa... se a preguiça me deixasse eu ia também! Mas, tenho absoluta certeza de que você vai gostar mais ainda do Monte Crista! Mas, claro, não é possível ir sozinho pois, o que tem de melhor lá, tem de mais perigoso também. Mas um dia ainda dará certo de nós irmos! HAHA... Abração

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  2. Legal! Também gosto de trilhas! Também gostaria de ter feito esta. Mas tu não estás assim cansado por causa da idade, mas sim por causa desta barriga! Mas estas um gordinho elegante! ehehehe!
    Jorge Eduardo

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