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Fragmentos de uma infância feliz

Hoje fui passear no mercado municipal e adivinha o que encontrei?! Bergamota. Daquela comum mesmo, que raramente se vê nos mercados. Comprei um sacão cheio e agora to aqui sentado, comendo e com um sorriso estampado no rosto. O gosto e o cheiro trouxeram tantas lembranças. Na casa do meu pai tinham várias árvores de frutas – amora, pitanga, aritcum, laranja, bergamota, ameixa, limão, canela (que não é fruta, mas conta também), lima, abacate e pêssego.

Um paraíso. Não tem como descrever o gosto de comer a fruta diretamente do pé, é outra coisa. A gente subia na árvore e ficávamos sentados no telhado da garagem do vizinho, comendo uma bergamota atrás da outra. O pé de aritcum tinha um significado todo especial.

Tem gente que conhece como fruta do conde, mas pra mim é aritcum, assim como mandioca é mandioca, nem vem com esse negócio de aipim. Hoje em dia é muito raro ver uma árvore dessas, mas quem tiver a oportunidade verá a diferença dessa coisa açucarada que compramos no mercado. Mas essa árvore era especial. Era uma árvore frondosa, enorme, imponente. E o formato dos seus ramos era perfeito para ser nossa nave espacial. Não era muito fácil subir nela e dava certo medo de cair, mas eu ficava na minha cabine e o Cóco na dele e nossa imaginação voava longe, tinha raio disso e daquilo e as outras árvores era naves alienígenas que tínhamos que abater.

São esses pedaços da infância que fazem o coração disparar e deixar os olhos cheios de lágrimas. Não sei se é porque estou me sentindo mais sensível, mas fiquei emocionado ao lembrar estes momentos... Momentos mágicos, marcados pela ingenuidade e pela inocência...

Comentários

  1. os paulistas ficam rindo quando eu falo bergamota hehehe

    já fui em osório descer aquele morro na trilha com um saco de bergamota hehehe cherão forte e boas risadas.

    abraços

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