“Onde há música não pode haver coisa má.” Miguel de Cervantes – 1547/1616
Dizem que a música, com o passar dos anos, conta nossa história, em suas entrelinhas. Será? Quem sabe... Talvez... Quem sabe...
Há tempos venho pensando nisso e muitas vezes pensei em fazer uma seleção das músicas que mais me marcaram. Músicas que quando ouço rola algum tipo de sentimento ou então saudade de alguma coisa que não sei bem o que é, ou às vezes até sei e finjo não saber. Nem todas têm história, algumas gosto do ritmo, de parte da letra ou simplesmente de uma frase, ou então, lembram momentos que passei: momentos alegres, tristes, coisas simples, do dia-a-dia.
Bom, chega de milongas e vamos à relação, fora de ordem de preferência ou de lembrança...
01. Biafra – Sonho de Ícaro --> Essa é uma música que ouço desde criancinha e que volta e meia estou ouvindo... “cante uma canção em qualquer tom...”
02. Blitz – A Dois Passos do Paraíso --> Sempre me perguntei quem seria o tal do Arlindo Orlando e porque será que desapareceu...
03. Vicente Celestino – O Ébrio --> Meu pai ouvia muito essa música, se identificava com ela. A música é de 1935 e fala da decadência de alguém que buscou conforto na bebida. “... cada parente, cada amigo era um ladrão, me abandonaram e roubaram o que amei...”
04. Daltro – Muito Estranho --> Lembro da minha avó e da época em que ela morava em Ijuí. Certo dia ela comprou um rádio gravador e duas fitas cassete: do Roberto Carlos e de uma novela (Sol de Verão) e essa música fazia parte da trilha sonora.
05. Victor Hugo – Desgarrados --> Ô música linda! Adoro! Volta e meia me pego cantarolando ela: “faziam planos, nem sabiam que eram felizes, olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho... sopram ventos desgarrados carregados de saudades... mas o que foi nunca mais será...”
06. Fábio Júnior – Pai --> Tema de uma novela de 1979 (Pai Herói), foi uma música que me marcou profundamente. Da novela não lembro direito, mas nunca esqueci da música. Quando criança não entendia porque diabos o pai dele era um bandido... hehe.
07. Karnak – Juvenar --> Conheci a banda numa entrevista do Jô Soares e gostei. E fala de um desejo que está amadurecendo...
08. Gilson – Casinha Branca --> Complemento da música Juvenar, reflete meu sentimento. Não na parte da solidão, mas de ter uma vida mais simples, numa casinha no meio do mato ou pelo menos um pouco mais afastada da civilização, um refúgio da correria do dia-a-dia.
09. Ivan Lins – A Bandeira do Divino --> Ouvi essa música no shopping Bourbon, em Porto Alegre. Lá estava eu a Juliana, olhando as vitrines quando passou uma turma com velas na mão, andando e cantando essa música. Linda!
10. Jessé – Porto Solidão --> “Meu coração/A calma de um mar/Que guarda tamanhos segredos/Diversos naufragados/E sem tempo...”
11. Luiz Marenco – Destino de Peão --> Passei anos e anos cantarolando partes dessa música, sem saber o nome nem quem cantava. Cresci ouvindo meu pai cantarolando e sempre que ouço bate saudades do seu Franklin, dos poucos momentos que tivemos juntos.
12. Menudo – Se Tu Não Estás --> Menudo? Ah, fala sério! Mas é sério. Não falei antes que algumas músicas lembram de momentos da minha vida? Enton, foi lá pelos idos anos 80, final dos anos 80, quando o Vilmar foi morar com meu pai. Eles eram primos, meu pai morava sozinho e o Vilmar precisava de um lugar para ficar. E ele tinha algumas fitas cassete com músicas de vários estilos e essa música fazia parte de uma delas e traz à lembrança alguns momentos. Várias vezes o Vilmar ia com a gente buscar pasto de elefante ou funcho para dar para a Filomena e a Gertrudes (duas coelhas) e a gente gostava de conversar com ele e ouvir suas histórias. Uma pessoa bacana que nem sei por onde anda...
13. Os Três Xirus - O Alemão e o Delegado --> Sempre que ouvia essa música ficava imaginando o alemão sentado na delegacia conversando com o delegado...
14. Pato Fu – Vida de Operário --> Momentos em que trabalhei na produção de uma fábrica de calçados... uma experiência legal...
15. Sérgio Reis – Chico Mineiro --> Uma das primeiras músicas que conheci e que sempre tive curiosidade de saber se o tal Chico Mineiro existiu de verdade. Nunca me conformei com o desfecho da história.
16. Sérgio Reis – Filho Adotivo --> Não tem como deixar o Sérgio Reis de fora da minha trilha sonora. Pudera, quando descobri o toca-discos portátil, ouvia direto um disco do Sérgio Reis. Fechei os olhos e lembrei de quando eu tinha uns 7 ou 8 anos e esta eu no tapete da sala, ouvindo esse disco e montando um quebra-cabeças que havia ganhado. Não sei porque, mas nunca esqueci disso.
Para quem quiser ouvir, disponibilizei na minha página no 4Shared. Para download, clique aqui.
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