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Dia do Amigo



No último dia 20 foi comemorado o Dia do Amigo. Legal! Recebi algumas mensagens de texto, imagens e arquivos .pps (confesso que alguns não abri). Fiquei contente com algumas mensagens escritas de forma pessoal, mesmo que enviadas a toda lista de amigos. E isso fez com que eu parasse para refletir. Lembrei dos meus amigos de infância e daquelas pessoas que passaram em minha vida e, de alguma forma, contribuíram para meu crescimento.
Lembro com muito carinho de alguns colegas de aula que mesmo sem saber (ou até mesmo sabendo, vai saber?! hehe) me ajudaram muito. São fatos que ocorreram há mais de 20 anos e parece que foi ontem que estávamos eu e o Edson correndo pela sala de aula, e ao tentar fechar a porta, cortei a mão no espelho da fechadura, que estava virado para fora. E foi justamente na mão esquerda. Ufa, menos mal alguém deve ter pensado, mas eu sou canhoto! Resultado: cinco pontos na mão e o Edson copiando a matéria para mim durante dias. Éramos colegas, vizinhos e grandes amigos. No segundo grau não deu outra, acabamos nos apaixonando pela mesma guria. Sabe aquelas paixões impossíveis, que só existem em nossa cabeça? Então, era assim, tanto é que a guria nem sabia da nossa existência.
Ainda no segundo grau, noite de provão bimestral, todos concentrados e o maior silêncio nos corredores da escola. Se caísse uma agulha no chão daria para ouvir o tintilar no chão. De repente passos e aquela voz inconfundível do Paulo recitando um verso famoso: “toma limonada pra cagar de madrugada”. Estou rindo sozinho agora só de lembrar essa cena.
E o que falar dos nossos campeonatos de botão? Primeiro eu jogava com os amigos do meu primo, mas não tinha muita graça. Eu e meu irmão éramos os menores da turma e nossos times eram muito inferiores tecnicamente. Teve uma vez que eu ousei ganhar de um cidadão e levei uns cascudos. Nunca mais joguei com eles. Mas não abandonei o esporte, passei a jogar com meus amigos. A cada campeonato era uma briga. O Marcelo era o mais esquentado, o Gustavo achava tudo injuuuusto, o Juliano fazia cada gol espírita que nem ele sabia explicar e dizem que eu era o mais ladrão, mas isso foi intriga da oposição, há controvérsias (risos). Mas era divertido, tinha troféu e tudo, feito de madeira e de uma forma bem tosca, mas para nós tinha um valor imenso.
Também tinham os jogos de futebol no “campo” da Tracisa. Na verdade, não era um campo de futebol propriamente dito, era um terreno com várias árvores plantadas e a gente jogava ali, driblando os adversários e as árvores. Volta e meia alguém se distraía e dava de cara com uma árvore. Inevitável.
Já tem muitos anos que não os vejo pessoalmente, mas a internet acaba aproximando, ou melhor, reaproximando pessoas que estão distantes e com alguns ainda mantenho contato. Outros seguiram seu rumo e estão por aí, em algum lugar. Mas guardo com carinho a lembrança de cada e fica a esperança de um dia poder reencontrá-los.

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